segunda-feira, setembro 12, 2011

Doces tesouros gastronômicos - Goiânia


Doces tesouros gastronômicos

Flores de coco e doce de casca de limão são especialidades do Cerrado brasileiro. Veja o vídeo e aprenda receitas

12/09/2011 07:00
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Foto: Estúdio Gastronômico Luna Garcia/DivulgaçãoAmpliar
Doce de casca de limão: recheie com doce de leite, ganache de chocolate ou o que quiser
Com o mesmo carinho que a poetiza Cora Coralina fazia suas frutas glacerizadas, as doceiras da cidade de Goiás preservaram a tradição passada de geração em geração dessas gostosuras que são verdadeiros poemas açucarados. É isso que mostra o vídeo produzido pela Rio Bravo Filmes e apresentado pela chef goiana Chris Isaac, da Dona Doceira, no evento Paladar Cozinha do Brasil 2011, em São Paulo (veja o vídeo aqui). Na verdade, um trailler, do que pretende ser, em breve, um longa- metragem. O objetivo é registrar o rico artesanato local e incentivar que ele se perpetue.

“Vejo nessas mulheres a simplicidade de quem vai ao campo buscar frutas como murici, araçá, cajuzinhos, mangabas, cagaitas, transformando-os em grandes iguarias, que não tem preço”, diz. Como dona Ione Duarte, que desde os sete anos faz os doces que aprendeu com a mãe.
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Dessas mãos delicadas saem preciosidades como belas e coloridas flores de coco, que fazem a alegria das noivas (e dos convidados!) nos casamentos locais. Prepará-las exige habilidade e paciência: tirar a água do coco, levá-lo ao forno até trincar, retirar a casca com a ponta de faca, extrair a pele marrom com descascador de legumes e, ainda, delinear o coco como se descasca uma laranja para retirar as fitas. “Por isso que minhas doceiras levam tanto tempo para fazer”, diz Isaac. Cada uma faz 20 rosas por dia, em 8 horas de trabalho. 
Foto: Felipe Rau/AEAmpliar
Fazer flores de coco é trabalhoso mas o resultado compensa
Com a mesma dedicação são feitos oslimõezinhos recheados de doce de leite. A fruta passa por várias fervuras em água pura e, por fim, em calda de açúcar. Sua polpa é retirada e a casca é recheada. Chris Isaac usou ganache de chocolate e castanha para encher as cavidades verdinhas.

Outra iguaria do Cerrado é o pastelim, que tem 300 anos. É versão nacional do lusitano pastel de Belém. “O nosso é feito de massa crocante, com banha e recheio de doce de leite com canela e o português vai creme catalão”, diz Aloíso Godinho, cuja família produz doces há 180 anos. “Minha vó Ritinha foi a última boleira a fazer o bolo de arroz, que se vendia em tabuleiro, nas ruas.”

As delícias açucaradas são tesouros gastronômicos escondidos em cantinhos do Brasil, que merecem atenção e respeito. Devem ser apreciados primeiro com a alma, em seguida, com os olhos. E, só depois,  degustados demoradamente -- de preferência, de joelhos.
Dona Doceira Rua 1046 quadra 97 loja 28, Setor Pedro Ludovico, Goiânia, GO, tel. 62 3281-3052

Veja a seguir as receitas:- Limãozinho para rechear
- Flores de coco