sexta-feira, agosto 10, 2012

Um amontoado de coisas


De palavra em palavra
Argumentos finados,
Afinados e arretados
De pensamentos incertos
Falados, questionados,
Juntas e compostas,
Dá-te palavras infundadas
Poeta que não usa palavras
Que junta letrinhas
Amontoa, amontoa, amontoa...
E que não as guarda
Justas e injustas
Retiradas de qualquer lugar,
Da alma, do coração e da dor.
Dê-lhe a palavra
De que não sabe falar
De nada vê e ainda há de ignorar
Para marcar em brasa,
Um pedaço da carne, que ninguém vê,
De dentro e de fora, costura-se
O que se lê.
Amontoadas, empilhadas e embaralhadas
No peito, na cabeça, e na alma.
De tudo, o pouco
Mas do nada é tudo
Colada e jamais semparadas
Onde o que lê
Não se pode ver.


Diogo Diniz Garcia Gomes
quarta-feira, 4 de julho de 2007

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